Conforme a Polícia Civil, o envenenamento das abelhas aconteceram após o uso irregular de agrotóxicos na pulverização das lavouras próximas aos apiários.As abelhas contaminadas
ao realizar a polinização levam o agrotóxico para as colmeias contaminando todo o enxame.
Segundo a Polícia Civil, o defensivo agrícola apontado como responsável pelas mortes das 9 milhões de abelhas é o fipronil.
Em dezembro de 2023, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) anunciou a restrição do uso do inseticida, classificado como altamente tóxico para as abelhas.
Usado na soja e outras culturas, o fipronil é um produto químico que atua no sistema nervoso dos insetos, causando sua morte.
Três fazendeiros que não tiveram seus nomes divulgados, foram indiciados.
O crime ambiental pode dar pena de até 04 anos de reclusão e multa de R$ 2 milhões.Os acusados respondem em liberdade.
O Delegado titular da Delegacia Estadual do Meio Ambiente, Dr.Luziano Carvalho, disse que:“A utilização de forma indevida do agrotóxico que possa causar danos à saúde, à fauna e à flora são crimes ambientais”
“E só temos informações das abelhas de colmeias, ainda tem as do mato. É um problema muito grave mesmo”, reforçou. Vale destacar que ainda há apiários clandestinos, que, sem os devidos cadastros e dados, não é possível protegê-los da pulverização e nem contabilizar as perdas, pontuou.
Ainda segundo o Delegado, há uma legislação de determina a forma de se usar os agrotóxicos em lavouras e que vai fazer um trabalho junto a criadores de abelha e agricultores para que não haja novamente a morte de abelhas.
“É muito grave. Abelhas são as maiores polinizadoras. Tem estudos que dizem que sem abelha, sem alimento”, ressaltou.
“Cadastre seu apiário junto a Agrodefesa e avise seus vizinhos, os proprietários de lavoura, para que não utilizem o agrotóxico e se utilizarem, que tenham um horário, tenha distância. Sabemos das pragas, que tem que ser usado, mas tudo isso tem norma e técnicas”, pontuou Luziano.
Trata-se apenas de um exemplo, sendo que, de acordo com o delegado, há denúncias também em municípios como Abadiânia, Pirenópolis, Goiás, entre outros.
Contaminação preocupa especialistas
Falando a reportagem do Blog Olhar Cidadão, um Engenheiro Agrônomo, ressaltou a importância do agricultor seguir os critérios técnicos ao pulverizar as lavouras, sempre seguindo as recomendações do seu Agrônomo.
Falando ao Portal 6 Anápolis, o Biólogo João Pedro Cicatelli explicou que o crime ambiental trará consequências para os bolsos goianos já na próxima safra.
“A médio prazo, vai afetar na polinização das plantas. Se não acontecer a polinização, não temos a reprodução. Sem reprodução, não temos sementes e nem como realizar o plantio. Isso vai afetar diretamente na compra do próximo estoque de sementes para plantio. Vão ver que o preço subiu”, explicou o biólogo à reportagem.
Além da testagem do mel produzido na região que será realizado para averiguar se estão contaminados por agrotóxicos, a morte das abelhas impacta ainda no bolso dos goianos.Como consequência, os alimentos ficarão mais caros para o consumidor final.
“Existe toda uma cadeia alimentar por trás. Existem insetos e pássaros que se alimentam de abelhas. Daqui a um ano, até 10 anos, vai afetar todo o meio ambiente”, disse o biólogo.
Segundo o Biólogo, alimentos com preços inacessíveis, falta de flores e frutas é uma realidade próxima para goianos após a morte das quase 9 milhões de abelhas em Silvânia e Bela Vista.
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