Na segunda etapa de uma operação que começou em dezembro do ano passado após a descoberta de que vários veículos que estariam tendo seus documentos regularizados sem passar por vistoria, oito servidores efetivos do DETRAN Goiás, e nove despachantes foram presos nesta terça-feira (6) pela Polícia Civil. De acordo com as investigações, a líder do esquema criminoso é uma servidora comissionada que no período de um ano teria regularizado a documentação de mais de 1,5 mil veículos.
De acordo com a gerente de auditoria do Detran, Luciana Gomes, o que chamou a atenção para a fraude foi o grande número de vistorias aprovadas no CIRETRAN de Mundo Novo, cidade que não tem mais que dois mil veículos registrados.
“Nós passamos a desconfiar quando, em apenas um ano, a chefe do Ciretran de lá, que era quem tinha a senha para aprovação das vistorias, regularizou mais de 1,5 mil veículos não só na cidade em que trabalhava, mas em outros 14 municípios, o que é proibido. A partir de então, nós, junto com a Polícia Civil, identificamos nove servidores efetivos, que já foram afastados judicialmente, e nove despachantes, que tiveram seus códigos suspensos”, relatou.
Dos 18 mandados de prisão expedidos pela Justiça, a Polícia Civil cumpriu 17, mas o delegado responsável pelas investigações, Cleybio Januário, acredita que o único suspeito que não foi localizado deve se apresentar ainda esta semana, uma vez que está viajando de férias.
“Todos responderão por inserção de documentos falsos, corrupção ativa e passiva, e a partir de agora, com as prisões decretadas e cumpridas, iremos averiguar se eles possuíam algum tipo de relação, o que poderá configurar, também, o crime de organização criminosa”, pontuou.
O delegado disse também que ainda é prematuro para afirmar que todos os veículos regularizados sem passar pela vistoria seriam roubados ou furtados. “O fato é que, para ser transferido, qualquer veículo precisa passar pela vistoria, e se mais de 1,5 mil não fizeram isso, alguma coisa errada a gente presume que tem, e a partir de agora, como já identificamos todos eles, iremos intimar seus proprietários, e fazer com que passem de fato pela vistoria”, concluiu.
Além dos 17 mandados de prisão, a polícia civil também cumpriu 33 mandados de busca e apreensão de documentos e computadores em Goiânia, Guapó, Formosa, Itapuranga, Nova Crixás, Águas Lindas, Aparecida de Goiânia, e Planaltina. Por cada veículo que tinha a documentação aprovada sem passar pela vistoria, ainda de acordo com o delegado, a chefe do CIRETRAN de Mundo Novo, recebia de R$ 30, a até R$ 200, dinheiro este que muitas vezes era dividido com os despachantes e outros servidores do DETRAN. A servidora foi exonerada logo após a operação que culminou com quatro prisões no ano passado.
Os nomes dos presos nesta terça-feira não foram divulgados. Pelo menos dois deles foram autuados também em flagrante, uma vez que os policiais encontraram na casa deles armas e munições.
Do Mais Goiás.
Fonte:Reprodução/Anápolis Notícias Urgentes.
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