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quinta-feira, 6 de abril de 2017

Trabalhadores são resgatados em condições análogas à escravidão, em Goiás.Grupo de 20 homens saiu do Nordeste com promessa de altos salários, mas encontrou situação precária em alojamentos vizinhos a obra de habitação popular.

Por Sílvio Túlio, G1 GO


 Trabalhadores são resgatado em condições análogas à escravidão, em Goiás
 Trabalhadores são resgatado em condições análogas à escravidão, em Goiás (Foto: Divulgação/STRE-GO)
Um grupo de 20 trabalhadores foi encontrado em condições análogas à escravidão em alojamentos vizinhos ao canteiro de obras de um condomínio residencial, no Setor Chácara São Pedro, em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital. Segundo a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Goiás (STRE-GO), os operários não recebiam salário há dois meses e viviam em condições precárias, moradias sujas e sem água potável,

A situação foi descoberta após uma denúncia anônima. Segundo a auditora fiscal do trabalho Sharena Andrade Gomes, os gesseiros vieram dos estados do Piauí, Bahia e Ceará. Um homem, apontado como aliciador, teria oferecido trabalho a eles na construção de 900 unidades habitacionais populares financiadas pelo programa "Minha Casa, Minha Vida", do Governo Federal.
No entanto, o homem, que está desaparecido, não cumpriu com o combinado. "Esse aliciador prometeu a eles moradia, alimentação e um salário interessante por produção. Eles chegaram aqui, tiveram o primeiro aluguel e salário pagos, porém, depois, nada mais", explicou.

Grupo tinha condições precárias para viver no canteiro de obras
 Grupo tinha condições precárias para viver no canteiro de obras (Foto: Divulgação/STRE-GO)
De acordo com Sharena, eles foram retirados dos alojamentos no último dia 20 de março e desde então estão em um hotel. O STRE-GO negocia com as empresas envolvidas - os nomes não foram divulgados - para quitar as dívidas dos trabalhadores, que gira em torno de R$ 190 mil.
Ao todo, são nove companhias: quatro construtoras, três associações, uma gestora financeira e uma terceirizada. Um relatório será repassado para a polícia e Ministério Público para apurar as responsabilidades criminais. Nesse contexto, também está incluso o aliciador.

 Trabalhadores aguradam acerto com empresas para voltar às suas cidades
 Trabalhadores aguradam acerto com empresas para voltar às suas cidades (Foto: Sílvio Túlio/G1)

Desespero

Uma das vítimas, o gesseiro Gilvan José da Silva está em Aparecida de Goiânia desde setembro do ano passado. Morador de Elesbão Veloso, no Piauí, ele veio com o irmão com a promessa de altos rendimentos. Mas encontrou somente a ilusão de ter sido enganado.
"Ele [o aliciador] falou que todas as despesas seriam pagas por ele. A gente chegou e ele nos bancou no primeiro mês. Depois, disse que quem quisesse ficar, teria que se virar. A gente fica em uma situação de desespero. Nós temos filhos, temos família. Eles não se colocam no lugar da gente. É degradante", disse.
Gilvan explicou que o combinado era receber R$ 250 por apartamento finalizado. No primeiro mês, diz que tirou cerca de R$ 3 mil, pagos corretamente. Depois, começaram os atrasos, parcelamentos e a dor de cabeça.
O grupo espera a finalização dos acordos para poder retornar às suas cidades de origem.

Gilvan disse que grupo só recebeu salário no primeiro mês de trabalho
 Gilvan disse que grupo só recebeu salário no primeiro mês de trabalho (Foto: Sílvio Túlio/G1)
Fonte:Reprodução/G1goias.

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