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terça-feira, 22 de novembro de 2016
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Noticias Policiais
» Filha pede que morte de idoso dentro de poste seja investigada em Goiânia.
Dagoberto Rodrigues Filho, 68 anos, era carpinteiro e tinha problema mental. Ela acredita que pai pode ter passado mal ou ter sido vítima de homicídio.
Do G1 GO
A família do carpinteiro Dagoberto Rodrigues Filho, de 68 anos, que foi encontrado morto dentro de um poste no Setor Jardim Europa, em Goiânia, pede que a Polícia Civil investigue o caso. Parentes acreditam que ele pode ter sido vítima de morte natural, mas não descartam que ele foi assassinado.
“A Polícia tem de averiguar para sabermos o que realmente aconteceu. O que me deixou em alerta foi um sinal de queimado no começo do poste. Pode ter sido que alguém colocou fogo e, apurado, meu pai correu para a parte mais fina e ficou engastalhado. Mas também ele pode ter passado mal lá dentro porque é muito abafado”, disse ao G1 a filha da vítima, a auxiliar de contabilidade Adriane Rodrigues, de 36 anos.
Segundo Adriane, o pai morava com ela, a mulher e o neto no Setor Aeroporto Sul, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana. No entanto, ele tinha um transtorno mental e costumava passar vários dias fora de casa.
De acordo com a filha, Dagoberto sempre trabalhou como carpinteiro, mas há cerca de 17 anos se afastou por causa da doença. "Ele fazia acompanhamento psicológico, mas não consegui internação para ele. Às vezes, ele saía e ficava até cinco dias sumido, mas sempre voltava ou dava um jeito de ligar para a gente buscar", disse ao G1.
No último dia 7 de novembro, Dagoberto voltou a sumir, mas, diferente das outras vezes, não entrou em contato. A família começou a procurar e ir a clínicas e hospitais, mas não conseguiu nenhuma informação sobre ele.
Adriane resolveu pedir ajuda nas redes sociais. A família havia morado por 26 anos no Jardim Europa, bairro onde o corpo foi encontrado. Uma antiga vizinha viu as fotos na web e ligou para a auxiliar informando do corpo achado dentro do poste.
Naquele momento, a filha se lembrou de algo que o pai uma vez lhe disse. "Das vezes em que ele saía, eu perguntava onde ele dormia, que não precisava daquilo. E uma vez ele confessou que já tinha dormindo dentro daquele mesmo poste. Na hora, me deu aquele estalo", revela.
No entanto, a filha e a polícia não souberam dizer como Dagoberto entrou no poste.
Adriane então esteve no local e acompanhou parte do trabalho feito pelos bombeiros, que tiveram de serrar o poste. Na segunda-feira, ela esteve no IML com toda documentação do pai, mas, ainda assim, não foi possível a identificação. O órgão só confirmou a identidade após análise de digitais.
Pelo estado do corpo, não será possível fazer velório. De acordo com Adriane, o pai será enterrado na terça-feira (22), por volta das 10h, no Cemitério Vale da Paz, em Goiânia.
Investigação O corpo foi achado dentro do poste na noite de domingo (20), no canteiro central da Avenida Viena, no Jardim Europa, região sudoeste da capital. Segundo o delegado Francisco Costa Júnior, que esteve no local, o poste é usado em redes de alta tensão. Como ele é oco, possui uma abertura embaixo. "O poste estava deitado no canteiro central. Agora, como essa pessoa entrou lá dentro, eu ainda não sei", disse.
De acordo com a Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), o caso será investigado pelo delegado Danilo Proto, a partir da terça-feira.
Há alguns dias, moradores da região já tinham acionado os bombeiros diante do cheiro forte nas imediações onde o poste estava. Geralda Aparecida da Silva, dona de uma pamonharia que fica em frente ao local onde o corpo foi encontrado, conta que os fregueses do restaurante já estavam reclamando do mau cheiro. "Muito ruim. Um cheiro muito forte que incomodava bastante", disse.
Rede de alta tensão O poste onde o corpo foi encontrado é um dos que estão deitados nos canteiros centrais de várias vias da região sudoeste de Goiânia. Eles foram deixados no local há quase 3 anos para serem instalados nas obras de expansão de uma rede elétrica de alta tensão, pela Companhia Energética de Goiás (Celg).
A Celg informou que ainda não tirou os postes do local porque espera a obtenção do alvará de construção e renovação da licença ambiental da Prefeitura de Goiânia para, então, continuar as obras de implantação da linha de alta tensão. De acordo com a companhia, o sistema é “imprescindível” para a melhoria do sistema e atendimento aos próprios moradores.
A comerciante Soraia Petroni denuncia que o lugar tem sido usado por traficantes de drogas. “Isso daqui já é um ponto de drogas, a gente vê pessoas deixando coisas aí dentro. De repente, passa outra pessoa e pega. Isso daqui já virou um ‘aviãozinho’ do Parque Anhanguera”, reclama.
O comerciante Flávio Ferreira é dono de uma loja que fica bem próximo aos postes. Ele afirma que a morte é um dos vários problemas vividos pela população local. “Está aqui abandonado, a Celg deveria, se tivesse um cuidado maior, esta morte e outras coisas não teriam acontecido”.
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