O Ministério Público de Goiás informou que realizou duas reuniões nesta semana na busca por parcerias que possibilitem a restauração de algumas estações da antiga estrada de ferro de Goiás que ainda necessitam ser revitalizadas. Nestes encontros, tiveram início também as tratativas para o estabelecimento de um roteiro histórico que passe pelas cidades da região da antiga ferrovia.
A iniciativa do MP-GO integra o Projeto Estrada de Ferro, coordenado pelo promotor de Justiça Rafaello Boschi Isaac. De acordo com a proposta, o objetivo é proteger o patrimônio histórico do Estado, fortalecendo sua identidade, e a cidadania por meio do resgate da história. Desde março de 2015, o projeto tem sido desenvolvido, no âmbito do MP, com o acompanhamento do Gabinete de Planejamento e Gestão Integrada (GGI).
Percurso histórico
Em reunião realizada nesta quinta-feira (7), no edifício-sede do MP-GO, foi analisada a possibilidade de se definir a exploração de um trecho turístico na via férrea, que atualmente é administrada pela concessionária Vale. Na ocasião, os representantes da empresa afirmaram que há uma priorização do transporte de cargas, mas que existe o interesse em contribuir com o Projeto Estrada de Ferro, adiantando ser possível o licenciamento para o transporte de passageiros, com o objetivo de atender a esta demanda turística.
Foi ainda adiantado que a empresa indicará um dos técnicos responsáveis pela operação da linha turística de São João Del Rei (MG) para participar das reuniões do grupo de trabalho do projeto. Por fim, a concessionária deverá analisar a possibilidade de contribuir com a restauração das estações ferroviárias ainda não revitalizadas.
De acordo com o coordenador de Controle de Ativos Ferroviários Arrendados, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Walter Pereira Monteiro Júnior, a Vale tem a obrigação contratual de autorizar pelo menos duas viagens de passagem (direito de passagem) nos trechos operados pela concessionária, sugerindo que um acordo seja feito para possibilitar a passagem da linha turística de forma intercalada aos trens de carga. Por parte da ANTT, ele garantiu que não há impedimento para a operação de trem turístico e o restauro das estações.
Participaram ainda da reunião pelo MP-GO, além de Rafaello Boschi, o coordenador do GGI, Bernardo Boclin Borges; a coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Histórico, Suelena Carneiro Jayme, e a promotora Sandra Garbelini, da 15ª Promotoria de Justiça de Anápolis.
Anápolis
Na segunda-feira (4), houve uma reunião em Anápolis, entre integrantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Ministério Público Federal, do Porto Seco, da Secretaria Municipal de Cultura e da Câmara de Vereadores. Neste encontro, o diretor-superintendente do Porto Seco, Edson Tavares, apresentou total apoio projeto, em especial para a restauração da Estação Ferroviária de Anápolis, localizada no centro da cidade. Ele esclareceu ainda que a entidade reconhece a importância da criação de um roteiro cultural na estrada de ferro.
Esta ideia foi reforçada pela superintendente do Iphan em Goiás, Salma Saddi, que informou haver no órgão um trabalho de valorização dos bens pertencentes à extinta rede ferroviária. Assim, foi realizado um levantamento no local de cada uma das estações quanto à memória ferroviária.
A promotora Sandra Garbelini, da 15ª Promotoria de Justiça de Anápolis, foi a responsável pelo pedido de demolição do terminal de passageiros existente ao lado da antiga Estação Ferroviária de Anápolis e de restauro do local. Para ela, é imprescindível a parceria com o empresariado do município, especialmente para a contribuição no andamento e custos dos projetos arquitetônicos e de restauro das estações.
Desse modo, definiu-se que um arquiteto do Iphan e outro designado pelo Porto Seco discutirão e elaborarão planilhas de custos para a restauração das estações ferroviárias de Anápolis, Leopoldo de Bulhões, Bonfinópolis e Orizona. Estas são quatro das cinco estações que ainda não foram restauradas. A plataforma de Senador Canedo, por ter sido descaracterizada,
Fonte:Reprodução/O Popular.
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