A 19ª Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) de Rodovias 2015, divulgada ontem, destaca que 65% da extensão avaliada em Goiás apresentam algum tipo de deficiência. Na prática, o trecho de 3.767 quilômetros foi classificado como regular, ruim ou péssimo. Outros 2.033 quilômetros avaliados, ou seja, 35%, tiveram classificação de ótimo ou bom.
O estudo percorreu 5.800 quilômetros no Estado, dos mais de 100 mil quilômetros avaliados em todo território nacional. A estimativa é de que sejam necessários R$ 2,80 bilhões de investimentos para a reconstrução, restauração e manutenção dos trechos de rodovias danificadas, entre GOs e BRs que cortam o chão goiano.
A pesquisa avaliou pontos como pavimento, sinalização, geometria da via, pontos críticos e custo operacional (veja quadro). Em relação ao pavimento, 49,8% da extensão pesquisada apresentam uma superfície desgastada. Neste quesito, foram classificados como regulares, ruins ou péssimos 54,1% da extensão de pavimentos, em que foram levados em conta tanto as condições da superfície da pista principal como também as do acostamento.
Demais pontos
Na sinalização, foram observadas presença, visibilidade e legibilidade de placas ao longo das rodovias, além da situação das faixas centrais e laterais. O resultado foram problemas encontrados em 55,5% da sinalização. Em 33,8% da extensão avaliada não foram localizadas placas de limite de velocidade. Nos pontos onde havia placas, 25,2% apresentaram placas desgastadas ou totalmente ilegíveis.
A pesquisa constatou ainda que 82,8% da extensão das rodovias em Goiás não têm condições satisfatórias de geometria. Para chegar a tal resultado, foram analisados o tipo de rodovia, se simples ou dupla, a presença de faixa adicional de subida, de pontos, de viadutos, de curvas perigosas e de acostamento.
Em relação aos pontos críticos, foram identificados seis trechos com erosões na pista e 19 com buracos grandes. Diante disso, a pesquisa da CNT apontou que o as rodovias com deficiência reduzem a segurança de quem circula por elas, além de aumentar o custo de manutenção dos veículos e o consumo de combustível. “Em Goiás, o acréscimo do custo operacional devido às condições do pavimento chega a 26,5% no transporte rodoviário”, afirma o estudo.
Segundo o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, os critérios de avaliação da CNT não condizem com a situação das rodovias, pois foram avaliados apenas 5.800 quilômetros de estrada, e a malha total pavimentada é de 11.500 quilômetros.
“Mais de 60% da malha rodoviária pavimentada do Estado estão em boas condições. Os problemas encontrados podem ser em relação à sinalização e a mato alto, pois foi necessário parar as manutenções esse ano. Em relação ao pavimento, os problemas atingem 35% da extensão”, explica Jayme Rincón.
Reconstrução
O pior trecho avaliado na pesquisa da CNT foi o da GO-427, considerado como péssimo. A rodovia liga Jaraguá a Itaguaru, e quem trafega pelo lugar reclama da falta de sinalização e das crateras abertas na pista, o que gera riscos de acidente.
O presidente da Agetop afirmou que, a exemplo da GO-427, há no Estado cerca de 2.500 quilômetros a serem reconstruídos. Mas para tal serviço o caixa do órgão está vazio. As reconstruções serão realizadas, segundo Jayme Rincón, depois do período chuvoso.
“Já estamos viabilizando recursos, e as reconstruções deverão se iniciar a partir de abril de 2016. São estradas que estão em péssimas condições e que já acabaram o período de vida útil, por isso precisam ser reconstituídas”.
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