Ex-deputado estadual e diretor de obras da Agetop estão entre os detidos. Deflagrada pelo MP-GO, operação conta com 150 PMs e 36 promotores.
Detidos são levados para a sede do Ministério Público de Goiás (Foto: Vanessa Martins/ G1)
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) cumpre, na manhã desta terça-feira (11), mandados de prisão preventiva e temporária, condução coercitiva e busca e apreensão contra suspeitos de desviar dinheiro público de órgãos estaduais. O ex-deputado estadual Tiãozinho Costa (PTdoB) e o diretor de Obras Rodoviárias da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), José Marcos de Freitas Musse, estão entre os detidos. A operação ocorre em
Goiânia e mais cinco municípios.
Advogado do PTdoB, Ronilson Reis disse ao
G1 que Tiãozinho Costa está na sede do MP-GO prestando depoimento, mas não sabe de que o político é acusado. A defesa informou ainda que o cliente é proprietário de uma empresa de paisagismo. O filho do político, o
cantor sertanejo Matheus Costa, e a mulher, Cleidiane Freire, foram conduzidos coercitivamente para o órgão.
O preside da Agetop, Jayme Rincón, está viajando, mas disse, em entrevista à Rádio CBN Goiânia, que está “tranquilo em relação a todos os atos de toda a diretoria da Agetop”. “Nossos procedimentos sempre estiveram à disposição da Justiça e dos órgãos de controle, todos os processos foram e são sempre fiscalizados e não tenho nenhuma dúvida em relação à lisura desses procedimentos”, disse.
Segundo Rincón, ele foi informado pelo advogado de Musse, Ovídeo Martins, que a origem da investigação é relacionada ao ex-deputado. A empresa do político teria prestado um serviço a uma empresa contratada pela Agetop para a realização de obras na GO-060.
O presidente defende Musse. “Ele é diretor de uma área de grandes investimentos e nunca houve um processo, um questionamento ou processo licitatório que tenha levantado qualquer tipo de suspeita. São situações que transcendem a administração da Agetop", afirmou.
Mandados
Denominada Operação Compadrio, a ação conta com o apoio de 36 promotores de Justiça e cerca de 150 policiais militares. Segundo o MP-GO, em Goiânia foram cumpridas duas prisões preventivas, três temporárias e oito conduções coercitivas.
Em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, um mandado de prisão temporária e um de condução coercitiva foram cumpridos. Já em Araçu, no noroeste goiano, houve uma prisão temporária e duas conduções coercitivas.
Em Morrinhos, no sul do estado, promotores e policiais executaram duas conduções coercitivas. Houve uma prisão temporária em São Miguel do Araguaia, no norte de Goiás. Em Uruana, na região central do estado goiano, houve uma prisão temporária e sete conduções coercitivas.
O MP-GO não informou quantos dos 37 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Os documentos foram expedidos pela juíza Placidina Pires, da 10ª Vara Criminal da Comarca de Goiânia.
Investigação
De acordo com o MP-GO, a ação consiste no desenrolar de uma investigação iniciada em 2013 para apurar "uma organização criminosa instalada em órgãos públicos". Conforme os promotores, o grupo é suspeito de usar funcionários fantasmas e empresas laranjas para instrumentalizar desvios de dinheiro público.
Os suspeitos também são investigados por favorecimento em licitações públicas, lavagem de dinheiro e retirada fraudulenta de restrições bancárias, cartorárias e no cadastro de proteção ao crédito. Todos os crimes contavam com a colaboração e participação de funcionários públicos.
Documentos apreendidos na Operação Compadrio (Foto: Divulgação/ MP-GO)
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